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Antigo salão e campo do Clube Atlético Juventus, na Móoca, demolido nos anos 80 |
De apenas um estádio na rua Javari, o clube se expandiu com a aquisição de um terreno no Alto da Móoca nos anos 60. Naquela época, resumia-se a um matagal. Assim como a sede social, o bairro cresceu para aqueles lados.
Quem conta isso é João Heitor de Moura, de 68 anos, que já foi diretor social, vice-presidente social e presidente do clube – o último cargo desempenhado de outubro de 2002 à julho de 2003. Moura começou a frequentar o Juventus em 1956, quando não havia mais do que um campo de futebol para os associados. A área era de propriedade da família Crespi. Nem a máquina de escrever com a qual redigiam as correspondências pertencia ao Juventus.
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Américo Egídio Pereira (de terno claro), José Ferreira Pinto Filho (centro) e Mário Previato (a direita) |
O ex-presidente presenciou os fatos que viriam a mudar o destino do clube e do bairro. A iniciativa partiu da diretoria eleita em 1958: Roberto Ugolini, Mário Previato, Américo Egídio Pereira, José Ferreira Pinto Filho e Mário Coronato. Três anos mais tarde, eles decidiram contratar uma empresa para vender títulos de agremiação. A adesão dos moradores da Móoca e de bairros próximos como Tatuapé, Brás e Ipiranga resultou em sucesso. Em seis meses, 15 mil títulos foram vendidos.
Estádio foi comprado da Família Crespi
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Roberto Ugolini (centro) durante planejamento do clube social do Atlético Juventus, na Móoca, em 1962 |
”Em 1967, a diretoria negociou com a familia Crespi a compra do estádio da rua Javari”, lembra o futebolista. Com a aquisição, ao custo de Cr$ 800 mil, o Juventus ampliou a área para cem mil metros quadrados. Para ele, o grande ‘baluarte’ da agremiação foi José Ferreira Pinto Filho, presidente durante vinte anos, até a morte em 1996. “Era um grande administrador”.
Número de sócios chegou a ser 120 mil
João Heitor de Moura relata que, nos anos 70, o clube chegou a ter 120 mil sócios. Era a época das grandes festas realizadas no enorme salão social. “Juntava 10 mil pessoas numa terça feira de Carnaval. O Juventus sempre foi muito festeiro”. Dentre as temáticas mais populares estavam ‘Queijo, Pão e Vinho’, ‘Cerveja, Frios e Samba’, ‘Noite Italiana’ e ‘Festa Portuguesa’. O Réveillon também era tradicional, como as festas juninas que chegavam a durar 40 dias.
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Clube social do Juventus, na Móoca, nos anos 70 |
Para o ex-presidente, o clube foi a segunda casa. “Almoçava Juventus, jantava Juventus. Só não dormia Juventus”, brinca. “Sempre morei do lado”. Ele não esquece das vitórias nos gramados. “Fomos campeões do Torneio Paulistinha em 1971 e ganhamos a Taça de Prata Série B em 1983. Também revelamos alguns craques como Robson Pontes, Betinho, Anderson e ultimamente Alex e Luizão".
Agência Folha de S.Paulo, 2003
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